SugarHigh: 2009

Talvez o fato de ser ruiva explique meu fascínio por esse assunto e a raridade de encontrar pessoas da 'minha espécie' por aí.

A exposição da fotógrafa inglesa Jenny Wicks retrata o fascínio e preconceito sofrido por ruivos.

Preconceito por ser ruiva, algo que eu nunca sofri, pelo menos nunca encarei o fato dos engraçadinhos de plantão adorarem o bordão "seu cabelo está pegando fogo" como preconceito, pelo contrário, me sentia especial por sempre me pararem na rua para elogiar meu cabelo, além dos apelidos constantes com os nomes de qualquer personagem ruivo que aparecesse na mídia, era divertido.

Acredita-se que os ruivos surgiram há 50 mil anos na África. Em 1997 se descobriu a bioquímica ruiva, composta por melanocortina-1 e componentes de ferro: feomelanina superior ao normal e pigmento eumelanina inferior ao normal, o que explica os cabelos vermelhos e pele que não reage bem ao bronzeamento. Resumindo, somos uma mutação genética causada na região MC1R do cormossomo 16.

Essa mutação é responsável também por os ruivos sentirem mais dor e necessitarem de mais

anestesia do que pessoas com outras cores de cabelo, correndo o risco de acordarem no meio de cirurgias caso lhes forem dado doses padrão de anestesia, ou ter overdose caso a anestesia não for cuidadosamente dosada. Assim como a mutação é responsável por possuirem menos fios de cabelos em comparação a loiros e morenos.

Os ruivos sofriam na antiguidade, os Egípcios consideravam vermelho cor de azar e queimavam mulheres ruivas em rituais a fim de que não procriassem mais, na tentativa de extinguir os ruivos.

No Século XVI, a gordura de homens ruivos era considerada ingrediente essencial em poções.

A cultura germânica possuia a crença de ruivos serem bruxos e na Idade Média todas as ruivas eram queimadas na fogueira acusadas de bruxaria, pois seus cabelos vermelhos representavam indícios de atividade diabólica.

No Século XIII, a França distinguia seus grupos marginais, assim prostitutas francesas eram obrigadas a tingir os cabelos de ruivo.

O ruivo possuia relação com o pecado, por isso, na

Catedral de São Paulo, em Londres, Eva é representada ruiva, assim como outros pecadores bíblicos são conhecidos como ruivos: Caim, Salomé, Judas e Maria Madalena.

Apesar de tudo, figuras ruivas pareciam ser o fascínio de artistas da Era Vitoriana.

Hoje, cerca de 4% da população mundial é ruiva, a maioria deles se concentra na Grã-Bretanha, em especial na Escócia, onde 10 a 13% da população é ruiva.

Apesar de ruivo ser muito relacionado à pele clara, existem negros

ruivos, especialmente na Jamaica.

Ruivas agora estão ligadas à obstinação, modernidade e temperamento forte e parecem ser as grandes musas inspiradoras de desenhistas de história em quadrinhos e desenhos animados. Destacam-se aí Mary Jane Watson, Mística, Jean Grey, Tee-la, Hera Venenosa, a primeira Bat Girl, Daphne do Scooby Doo e Sheila da Caverna do Dragão.

O nascimento de ruivos podem pular geração e aparecer caso ambos os pais, independente da cor do cabelo, forem portadores de genes ruivos. Se apenas 1 deles for, há apensa 1 chance do filho ser ruivo, quase como acertar na loteria.

E, ao contrário do que se andou dizendo, os ruivos não serão extintos, os genes recessivos serão raros, mas só poderiam ser extintos caso nenhum de seus portadores se reproduzirem, o que seria quase impossível já que há portadores suficientes para não haver a extinção.